Ratan Tata quer investir 15 bilhões de dólares no Brasil

>> 05 abril 2008


O empresário Ratan Tata quer investir 15 bilhões de dólares no país - mas é preciso perseverança e muita paciência para negociar com o bilionário indiano.

Durante sua primeira visita ao Brasil, em janeiro de 2004, o bilionário indiano Ratan Tata, dono do maior grupo privado da Índia, decidiu interromper sua agenda de compromissos para passear, incógnito, pelas ruas do Rio de Janeiro. A decisão estarreceu a delegação que o acompanhava. Sozinho, sem nenhum assédio, ele percorreu os bairros de Copacabana e Ipanema e visitou alguns pontos históricos da cidade. "Quero aproveitar o anonimato para caminhar tranqüilamente", disse, na ocasião, a um dos executivos de sua comitiva. "Pode ser que essa situação não se repita." Foram palavras proféticas. Desde então, Tata protagonizou uma série de aquisições espetaculares, como a das míticas marcas de automóveis Jaguar e Land Rover, concluídas recentemente, e reforçou a imagem de ícone do capitalismo mundial. No Brasil, para onde voltou em 2007, seu rosto de feições fortes e sobrancelhas fartas passou a ser notado com mais freqüência -- e, daqui por diante, tem tudo para nunca mais ser esquecido. Dono de um colosso industrial formado por quase 100 empresas e com faturamento anual de 50 bilhões de dólares, Tata tem planos de colocar 15 bilhões de dólares no Brasil, uma soma maior que os investimentos reunidos de empresas do porte de Camargo Corrêa e Odebrecht para o ano de 2008. "O Brasil é um mercado com potencial enorme, temos uma afinidade natural", disse Tata a EXAME, no ano passado, em sua primeira e, até agora, única entrevista a uma publicação brasileira.

Como se vê, não era apenas um exercício de retórica. Para prospectar novos negócios, Tata mantém no Brasil uma equipe formada por cerca de 20 executivos, além de cônsules, embaixadores, adidos comerciais e consultores. Seus interesses se distribuem entre áreas como siderurgia, etanol, bebidas e automóveis (veja quadro). As negociações envolvendo a produção de veículos da Tata Motors pela Fiat são as que se encontram em estágio mais avançado. A empresa pretende produzir seu carro de baixíssimo custo, o Nano, na fábrica da Fiat em Córdoba, na Argentina, já no segundo semestre deste ano e, de lá, exportá-lo para o Brasil e para o resto da América Latina. A Iveco, divisão de caminhões da montadora italiana, vai ocupar parte de sua linha de montagem na fabricação de picapes médias da Tata Motors no município de Sete Lagoas, em Minas Gerais. A idéia de Tata é fabricar no Brasil o Safari, utilitário mais vendido na Índia. Alguns executivos da Fiat já estão na matriz da Tata Motors acertando detalhes da produção e, no último ano, o consulado da Índia em Minas Gerais emitiu mais de dez vistos para a empresa. Oficialmente, a Fiat nega o acordo.

Fonte: Exame



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